O Pavilhão Brasileiro na Expo Milão 2015 é resultado da sinergia entre profissionais de diversas áreas, que, juntos, criaram uma proposta buscando transcender as barreiras entre arquitetura, expografia e conteúdo, para transmitir uma imagem contemporânea do país, sob o tema “Brasil: alimentando o mundo com soluções”.
Os escritórios Studio Arthur Casas e Atelier Marko Brajovic, em colaboração com os curadores Eduardo Biz e Rony Rodrigues e com o escritório italiano Mosae, trabalharam inte...
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O Pavilhão Brasileiro na Expo Milão 2015 é resultado da sinergia entre profissionais de diversas áreas, que, juntos, criaram uma proposta buscando transcender as barreiras entre arquitetura, expografia e conteúdo, para transmitir uma imagem contemporânea do país, sob o tema “Brasil: alimentando o mundo com soluções”.
Os escritórios Studio Arthur Casas e Atelier Marko Brajovic, em colaboração com os curadores Eduardo Biz e Rony Rodrigues e com o escritório italiano Mosae, trabalharam intensamente ao longo de 2014 e de 2015 para transformar em realidade o projeto laureado em concurso.
A diversidade cultural, étnica, climática e produtiva brasileira foram o ponto de partida para pensarmos o país que almejamos e, consequentemente, o conceito central do pavilhão: a organização em rede, que, ao contrário das estruturas engessadas, é flexível, fluída e descentralizada.
Espacialmente, o projeto foi pensado em dois momentos: uma galeria de entrada, aberta e lúdica, como um túnel imersivo, em contraponto a um segundo volume, mais fechado, onde o programa predeterminado se organizaria.
Na galeria, o conceito de rede se materializou em uma rede física, interativa e simbólica convidando o visitante a interagir e influenciar no espaço do pavilhão através do som e da luz, que eram modificados de acordo com o fluxo de pessoas.
A ideia da rede que integra, conecta e distribui como tema para o pavilhão do Brasil, além de representar a nossa visão sobre a forma de produção ideal, também representava a forma como pensamos o espaço, o fazer arquitetura.
Abaixo da rede, e demarcada por ela com grandes elipses tensionadas, cinco diferentes temáticas da produção agropecuária brasileira foram apresentadas, através de plantações de diversas espécies e mesas com conteúdos interativos. O processo de desenho dessa plantação foi inspirado no fluxo do Rio Amazonas, que, digitalizado, nos forneceu o fluxo ideal de circulação, a partir do qual criamos uma paisagem de floreiras de madeira por entre as quais o público circulava.
Ao pensar a expografia de um pavilhão para uma Expo deve-se pensar sobre a diversidade de público e de tempos de visita, considerando diferentes experiências possíveis ao visitante.
Ao propormos o livre acesso e diferentes percursos possíveis pelo pavilhão, buscávamos proporcionar uma experiência democrática e permitir diferentes camadas de aprofundamento nos conteúdos: na galeria de entrada, uma experiência mais lúdica e imersiva e, no interior da edificação, uma leitura mais aprofundada sobre as temáticas propostas.
Internamente ao edifício, localizavam-se restaurante, café, auditório, escritórios, loja e uma segunda área expositiva onde os conteúdos foram apresentados sob outros pontos de vista: tecnologia, arte e cultura brasileira eram apresentadas através de vídeos, diagramas, arte. Uma instalação do artista Laerte Ramos chamada Casa Mata, complementava o espaço apresentando um pouco da urbanidade do país de forma poética, através dos seus habitáculos que dialogavam com casas de João de Barro e com a arquitetura moderna brasileira.
O corpo, os cheiros, cores, arte, texto, som, tecnologia e imagens foram ferramentas para fazer com que o visitante sentisse o pavilhão e conhecesse o nosso país com todos seus sentidos.
Comissionado por: Apex
Curadoria de: Rony Rodrigues e Eduardo Biz
Formato: Pavilhão EXPO
Descrição do Trabalho: cenografia, projeto expositivo, direção criativa e acompanhamento na construção
Equipe de Projeto
Autor: Studio Arthur Casas + Atelier Marko Brajovic
Arquitetura: Studio Arthur Casas
Co-autores: Alexandra Kayat, Gabriel Ranieri, Alessandra Mattar, Eduardo Mikowski, Nara Telles, Pedro Ribeiro e Raul Cano
Diretor de Projeto: Carmela Rocha
Coordenador de Projeto: Alexandra Kayat
Co-autor e coordenação do projeto de interiores: Renata Adoni
Diretor de Estúdio Marilia Pellegrini
Colaboradores: Arnault Weber, Rodrigo Tamburus, Fernanda Müller, Daniel Vianna e Juliana Matalon
Exposição e Cenografia: Atelier Marko Brajovic
Design Gráfico: Estudia Design
Colaboradores: Martina Brusius, Milica Djordjevic e André Romitelli
Consultores Locais e Resposabilidade Técnica: Mosae Architecture and engineering
Fabricação e Montagem: Kompan, Officium and Corocord